19 outubro 2015

UM DIA QUALQUER DO ANO DE 2015

Querido leitor,
“Espero poder contar tudo a você, como nunca pude contar a ninguém, e espero que você seja uma grande fonte de conforto e ajuda”
Anne Frank, 12 de junho de 1942.

Hoje vou escrever o que seria uma provável parte de meu diário. Pelo menos seria se eu tivesse um.
Estou cada vez mais chocado com o número de pessoas racista na nossa sociedade atual. Frequentemente vejo pessoas ditas cultas, ou ainda “pessoas importantes” tendo comportamentos preconceituosos em pleno século XXI. Nunca consegui entender o que faz alguém pensar que é superior a outra pessoa simplesmente pelo fato da sua etinia ser diferente. E também nunca entendi o termo “racista”. Racista é aquele que é contra a raça humana? Porque só existe uma.
Em uma rápida pesquisa na internet percebi que atualmente ainda existem diversos grupos (neo)nazistas pelo mundo. O pior é que alguns (vários) desses grupos estão no Brasil. Sim, no Brasil!!  São mais de 150 mil neonazistas espalhados pelos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo,  Paraná, Distrito Federal e Minas Gerais. Fiquei decepcionado ao perceber que a grande maioria desses neonazistas estão localizados no sul do país. Além disso existem mais de 20.500 sites nazistas que ensinam a matar e a fabricar bombas.
Esses grupos nazistas são conhecidos por defenderem a segregação racial, que seria basicamente dividir a sociedade em uma “hierarquia racial” onde o “branco” estaria no topo dessa hierarquia; e cada etnia formaria uma sociedade separada com suas próprias leis. Essas comunidades no Brasil são declaradas contra (e quando digo contra é no sentido de ódio) judeus, negros, nordestinos, homossexuais, moradores de rua, imigrantes bolivianos e indígenas. Para eles essas outras etnias roubam o espaço no mercado de trabalho e na univerdade que seria por direito deles (direito de quem?).  Eles ainda negam o holocausto e não se declaram racistas, e sabe porquê? Porque o racismo é crime no Brasil. Assim eles se auto-denominam como uma comunidade racialistas (grande diferença, né?).
Acordei querendo escrever esse “diário” incentivado pela pequena e genial Anne Frank, que escreveu um dos principais livros do século XX e um dos livros mais emocionantes que já li. O Diário de Anne Frank.
O Diário de Anne Frank foi escrito quando ela tinha entre 13 e 15 anos de idade durante o período nazista na Europa (entre 1942 e 1944). Ela foi uma adolescente alemã de origem judaica e foi vítima do Holocausto (assim como outros milhares de judeus). Morreu aos quinze anos de idade num campo de concentração em Auschwitz (Polônia). Seu diário (este que estou apaixonado e não consigo parar de ler) foi publicado postumamente pelo seu pai (Otto Frank, que foi o único sobrevivente da família). Neste diário ela escreveu as experiências do período em que a sua família se escondeu em um local conhecido como “anexo secreto” e que hoje em dia é um museu muito famoso em Amsterdã.
O sonho dela, mesmo no meio da guerra, era ser escritora. Felizmente (ou infelizmente porque o final é muito triste) a brutalidade, a intolerância e o nazismo não tiraram esse sonho dela, e seu primeiro e único livro é hoje em dia referência mundial contra o preconceito. E eu fico feliz que ela tenha conseguido alcançar seu sonho, mesmo que tenha sido de forma tão triste.
Na verdade, para mim, todo o preconceito é fruto da ignorância. E o racismo é o pior dos preconceitos. É fruto da intolerância de uma sociedade injusta.
Então eu gostaria de deixar este pequeno texto em memória a Anne Frank… e a todos judeus, negros, nordestinos, homossexuais, imigrantes, moradores de rua e a outras tantas etnias que ainda sofrem com a brutalidade de uma parte da sociedade. Tantos que sonham por mais justiça e tolerância, assim como Anne.
Anne Frank encontrou na arte de escrever seu conforto para enfrentar o ódio, e isso merece meu respeito.
 “O papel tem mais paciência que as pessoas”
Anne Frank, 20 de junho de 1942


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